Professores da rede estadual fazem manifestação para reivindicar piso e reajuste salarial

Educação
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Feira de Santana e mais 26 cidades também paralisaram as atividades por 48h.

Além da paralisação por 48h a partir desta segunda-feira (29) que defende a negociação de direitos trabalhistas aos profissionais da educação da rede estadual de ensino, professores de Feira de Santana e mais 26 cidades realizaram na manhã desta segunda, uma manifestação.

No município, a reivindicação aconteceu em frente ao Núcleo Territorial de Educação (NTE-19) e contou com a presença do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB- Regional) e de dezenas de professores.

O Acorda Cidade acompanhou o evento e também conversou com Cristiano Rodrigues, que é diretor da APLB Regional. Segundo ele, o principal objetivo da paralisação e da manifestação é a oportunidade de negociar com o governo do estado sobre a falta de reajuste do piso salarial dos professores ativos e aposentados, bem como o pagamento dos precatórios do Fundef.

Com atividades paralisadas por 48h, professores da Rede Estadual fazem manifestação para reivindicar piso e reajuste salarial
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

“Nós estamos aqui paralisados, hoje e amanhã, por conta da pauta que o governo colocou sobre a questão do reajuste salarial, que não é satisfatório. Nós fizemos a assembleia na semana passada e a categoria não aceitou a proposta. O governo apresentou uma proposta de 5,69% só que de forma esfarelada. Não tem a retroatividade, a questão do precatório, que até agora não foi pago, a questão da certificação. Isso tudo fez aumentar o caldo para que os trabalhadores em educação paralisassem as atividades. Além disso, tem a questão das perdas salariais, porque nesses governos todos nós temos em média mais de 50% de perdas. O governo precisa apresentar para a categoria um cronograma de recuperação dessas perdas, a discussão do plano de cargos-salário, porque o plano de cargos-salário é desde 2002, então até hoje não foi feita uma nova reformulação”, disse.

Cristiano Rodrigues também explicou que a maioria dos professores que atuam em escolas estaduais de cidades da região também paralisaram suas atividades, a fim de cobrar os direitos e a valorização da educação. Conforme o diretor, além da construção de novas escolas, é preciso valorizar os profissionais que compõem estes ambientes.

“Nós estamos fazendo aqui um movimento, contando com a colaboração de todos e pressionando aqui para que o governo entenda e compreenda que valorizar a educação é não só fazer prédios, mas valorizar a educação é valorizar pessoas. E isso não é uma política de governo e a gente precisa implementar isso. Em Feira e região, pelo que nós estamos observando, mais de 70% da categoria está paralisada. E hoje muitas cidades não têm mais escolas do estado. Antigamente tinham várias, hoje é uma, duas. Aí você vê que o maior pólo aqui é Feira de Santana. E se você observar, em Feira de Santana praticamente está paralisado, Antônio Cardoso está paralisado, Ipirá, Santo Estevão, enfim, Rafael Jambeiro. Então a gente está observando que o pessoal fez adesão”.

Com atividades paralisadas por 48h, professores da Rede Estadual fazem manifestação para reivindicar piso e reajuste salarial
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Presente na manifestação a professora Marlede Oliveira, a presidente da APLB Feira, comentou sobre os problemas que envolvem os profissionais do município, como a falta de reajuste salarial e cumprimento do piso dos professores.

“Nós temos a nossa pauta que é o reajuste salarial que precisa ser unificado porque pagar aposentado, apenas 4% do governo foi ano passado, pagou o piso a quem estava na ativa e os aposentados ele excluiu, tem também a questão do pagamento dos precatórios que já chegaram e nós queremos receber precatórios com juros e correção, enfim, nós estamos lá tentando negociar com o governo mas as negociações não avançaram e por isso a categoria fez uma assembleia e decidimos paralisar por dois dias, segunda e terça, que é hoje 29, e amanhã, 30, para poder o governo sinalizar como é que vai ficar essa discussão e a resposta das nossas reivindicações da nossa pauta”.

Questionada sobre o resultado da paralisação que encerra nesta quinta-feira (2), Marlede Oliveira concluiu ainda que caso não haja, uma negociação com o governo do estado diante das pautas, os professores poderão paralisar as atividades por tempo indeterminado.

“Nós queremos dizer ao governo que nós estamos aqui para negociar, se não avançar, faremos assembleia. Tivemos assembleia tanto na capital como no interior, que são as assembleias regionais, e a categoria está ansiosa por uma resposta, uma negociação, ninguém quer fazer greve, mas se não tiver, outra forma, o que nos aponta é uma paralisação por tempo indeterminado para que o governo avance nessa pauta de negociação. O governador Jerônimo Rodrigues é professor, mas quando chega no governo muda, vira governador, deixa de ser professor e vira governador. Aí é preciso que a gente cobre, ele sabe que a nossa pauta é de direito, tenho certeza que sabe, e agora precisa resolver pacificamente na negociação, porque senão a nossa categoria é forte, a nossa categoria é mobilizada. A APLB tem 72 anos de luta e nós temos as condições de enfrentar o governo, quer dizer, unir todos os trabalhadores para dizer que o governo precisa, resolver a pauta de reivindicações, que não é só da APLB, de outros segmentos também, dos servidores públicos, então estamos nessa luta”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade