Sintomas de dengue em crianças podem ser semelhantes aos de outras infecções, aponta infectopediatra

Saúde
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Sangramentos acendem o sinal de alerta.

O aumento de casos de dengue em todo o país, estado e no município de Feira de Santana, devido a epidemia da doença, chama atenção para o reforço com os cuidados no combate ao mosquito Aedes aegypti e também na percepção dos primeiros sintomas da doença, especialmente nas crianças que na maioria das vezes não conseguem expressar com clareza o que estão sentindo da mesma forma como uma pessoa adulta.

O médico infectopediatra, Igo Araújo, destacou a importância dos pais observarem as crianças e perceberem qualquer diferença na mudança do quadro de saúde. Ele informou que os sintomas de dengue podem se assemelhar a sintomas de outras infecções virais como gastroenterites e diarreias.

De acordo com ele, identificar os sintomas até por parte dos profissionais de saúde não é uma tarefa fácil, mas com a expertise, atenção e uma investigação detalhada, é possível chegar ao diagnóstico mais rápido. Ele alertou que neste período mais quente as crianças podem ficar com partes do corpo mais expostas a serem picadas pelo mosquito e além do uso de repelentes é muiro importante prestar atenção a algumas mudanças de comportamento.

“A dengue é um vírus e o mosquito é o vetor. A dengue pode ser assintomática em crianças e ter sintomas parecidos com outras infecções virais. A criança pode apresentar irritabilidade, diarreia. Tem que se pensar em febre, dores no corpo, dores abdominais e vômito. A dengue tem por necessidade invasão de células para fazer a replicação viral e uma das células é a destruição das plaquetas, pode destruir plaquetas, leucócitos, aumenta a concentração do sangue, aumenta o hematócrito, que é um dos fatores de risco”, explicou.

O médico destacou que quando há os sintomas como febre e dor a criança deve ser medicada com remédios como dipirona e paracetamol e não devem ser usados nem anti-inflamatórios e nem o ácido acetilsalicílico (ASS). Sintomas como diarreia, deve-se ter cuidado para a criança manter-se hidratada e assim evitar problemas com a desidratação.

Já sintomas como dores abdominais, vômitos de repetição, muita sonolência, irritabilidade, muito choro, desidratação, febre persistente por 48h ou 72h e sangramento no cocô ou na gengiva, são sinais de alarme a criança deve ser levada ao hospital.

O infectopediatra comentou também que no Hospital Estadual da Criança (HEC), uma das unidades onde trabalha, ainda não há um aumento nos atendimentos de crianças com dengue e que o hospital é uma unidade terciária de saúde, que atende casos mais graves.

Ele recomendou que casos que não são de maior gravidade devem ser atendidos pela atenção primária, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e casos de maior atenção pelas unidades secundárias que são Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.