Parentes de ciganos assassinados em Feira de Santana relutam em colaborar com as investigações

Polícia
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Delegado informou ao Acorda Cidade, que a suspeita é que a chacina ocorrida no dia 14 de agosto foi crime de mando.

A Delegacia de Homicídio de Feira de Santana ainda busca intimar alguns parentes dos quatros homens da comunidade cigana que foram assassinados na última segunda-feira, dia 14 de agosto, em um bar no centro da cidade.

Segundo o delegado Rodolfo Faro, titular da especializada, além de residirem em outras cidades, os familiares não vem colaborando com as investigações para a elucidação da chacina.

O crime foi flagrado por câmeras de segurança que mostraram o momento em que três homens encapuzados e usando artigos de policiais chegaram em um veículo Onix. Dois deles entraram atirando contra o suposto alvo e os demais também foram atingidos.

“Eles usavam vestimentas que podem ser compradas em qualquer loja do ramo de artigos policiais. A polícia busca localizar o veículo usado no crime e existe uma informação preliminar de placa, porém já se mostrou que seria uma placa clonada. A polícia ainda trabalha no sentido de localizar e intimar parentes das vítimas, haja vista que os mesmos não residem na cidade de Feira de Santana, e há também a dificuldade da própria intimação destas pessoas que relutam em contribuir com as investigações, com informações que possam levar a elucidação deste crime”, declarou o delegado ao Acorda Cidade.

A linha de investigação aponta para um crime de mando.

“Foi um crime de mando, os homens foram contratados. Existem a difícil identificação dos mesmos por causa das vestimentas que usavam, mas a polícia tem seus meios técnicos de chegar a esses indivíduos. Denota-se que, pela concentração dos disparos, o alvo era um dos ciganos que ali se encontravam e os demais foram mortos em decorrência de se encontrarem na linha de tiro e talvez por suspeitarem de que poderiam estar armados”, declarou.

Apesar disso, a polícia não descarta também a possibilidade de ter mais de um alvo, uma vez que todas as vítimas chegaram a Feira de Santana nos mesmos veículos para resolver, segundo a polícia, uma situação processual.

“Não foi um acaso. Foi um crime planejado, certamente foi o que a gente chama na gíria policial de “fita dada”, eles sabiam onde as pessoas estavam ou as seguiram até o local. Eles sabiam que estes indivíduos estariam em Feira de Santana naquele dia. Devido a cultura da comunidade Cigana, eles preferem omitir, não passam qualquer tipo de informação, nem mesmo dizem a localização de parentes para que possam ser ouvidos, e que assim tragam informações que possam levar a motivação deste crime.”.

As vítimas foram identificadas como:

Agnaldo de Oliveira Souza Junior, 35 anos;

Jofre Souza dos Santos, 49 anos;

Altamir de Oliveira Souza, 27 anos;

Amilton Valadares dos Santos, 51 anos.