Crise no transporte metropolitano é agravada pela greve dos rodoviários, que promete paralisar serviços essenciais na região
Salvador e outras nove cidades baianas serão afetadas, a partir do dia 15 de fevereiro, devido ao encerramento das operações das linhas que ligam as cidades da Região Metropolitana de Salvador (RMS) à capital baiana.
No total, apenas o município de Santo Amaro, que fica no Recôncavo baiano, está localizado fora da região metropolitana. Todos as outras cidades prejudicadas ficam na RMS, são elas: Camaçari, Candeias, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé e Simões Filho.
A crise iminente ocorre após as empresas Cidade Sol, Expresso Vitória, Expresso Metropolitano, Atlântico Transportes, ATP Transportes e Avanço Transportes comunicarem à Agência Estadual de Regulação (Agerba) que vão encerrar as linhas no próximo mês.
No último dia 14, a Associação das Empresas de Transporte Metropolitano (Abemtro) justificou à Agerba que a decisão ocorreu devido a inviabilidade financeira. Outros fatores apontados foram a concorrência das empresas com o transporte clandestino e os prejuízos causados pela integração tarifária com o metrô.
Diante disso, as empresas propuseram que o Governo da Bahia absorva integralmente os custos do sistema metroviário, com a implantação de tarifa zero.
O BNews questionou à Agerba sobre como será elaborado o esquema de transporte para que o serviço seja assegurado na região metropolitana. Por meio de nota, a agência estadual informou que está “realizando ajustes no sistema de transporte para garantir que a população não fique sem atendimento, mesmo com a saída de algumas empresas”.
“A Agerba está mobilizada para minimizar os impactos para os usuários, assegurando que os serviços continuem sendo prestados, seguindo trabalhando para que as necessidades da população sejam atendidas”, informou a Agerba ao BNews.
Greve dos rodoviários
O BNews já havia noticiado que os rodoviários metropolitanos entrarão em greve na terça-feira (28). A determinação partiu do Sindicato dos Rodoviários da Região Metropolitana de Salvador (Sindmetro) durante assembleia nas garagens na última quinta-feira (16).
A paralisação por tempo indeterminado ocorre apesar de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado em dezembro do ano passado pelo Governo da Bahia, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Abemtro.
O governo baiano — por meio da Agerba e da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) — buscava garantir a continuidade do serviço até a realização de uma licitação, que não acontece desde 2017.