Uma audiência pública marcada para o próximo dia 17 de junho vai tratar da restauração da Ponte Dom Pedro II, que liga Cachoeira a São Félix, no Recôncavo. A intenção é salvar o equipamento, que corta o Rio Paraguaçu, de um possível acidente.
Uma tentativa de discutir a situação do equipamento foi feita no dia 20 de maio, mas sem êxito, uma vez que não houve participação de representantes da [VLI], responsável pela Ferrovia Centro-Atlântica e, por tabela, pela ponte, e da Agência Nacional de Transportes Terrestres [ANTT].
Ao Bahia Notícias, o coordenador da Defesa Civil de Cachoeira, Pedro Erivaldo, declarou que a VLI tem feito “um boicote”, se eximindo da responsabilidade da restauração da ponte e da estação ferroviária em Cachoeira, como o descumprimento de um TAC [termo de ajustamento de conduta] firmado há 21 anos com o Ministério Público.
“Era para fazer o restauro em 36 meses e até hoje a ferrovia não conclui a restauração”, disse o coordenador ao BN. Segundo ele, “mais de dez empresas” já foram contratadas para o serviço, mas nenhuma finalizou a obra em uma espécie de cobertor curto. Enquanto finalizam uma parte, a outra já pede socorro.
O coordenador da Defesa Civil informou que placas da estrutura têm se soltado da estrutura, o que aumenta os riscos. Na passagem, com 365 metros de comprimento, ainda passa todo tido de veículo, o que inclui caminhões.
Outro ponto que preocupa Pedro Erivaldo é que o trecho da ponte pode ficar ainda mais desamparado caso a VLI, que negocia uma renovação do contrato de concessão em 2027, não fique obrigada a terminar a obra.
“Em 2027 vai fazer 30 anos que eles [VLI] usam a ponte, e agora querem devolver alguns trechos para renovar o contrato. Ou seja, querem ficar com o filé e deixar o osso para o povo brasileiro”, reclamou.
Próxima a completar 140 anos no próximo dia 7 de julho, a Ponte Dom Pedro II é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).
A audiência está marcada para as 10h do 17 de junho na estação ferroviária de Cachoeira