Félix nega atrito com Bruno Reis após saída de Andrea e indica adesão a base de Jerônimo: “Continuamos admirando”

O presidente do PDT da Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, afirmou ao Bahia Notícias que o partido não deixa a base do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União).

Apesar do rompimento com o gestor municipal, o parlamentar disse que o fim da aliança ocorreu sem atritos e explicou que o pedido de exoneração da administradora e irmã Andrea Mendonça da Secretaria do Mar ocorreu por questões políticas, sem qualquer tipo de enfrentamento.

“Andrea ocupava um cargo mais político, e, diante das conversas do PDT para ingressar na base do governo do Estado, não poderíamos deixar o prefeito numa situação politicamente desconfortável. Continuamos respeitando e admirando o trabalho de Bruno, a quem apoiamos e contribuímos para as duas vitórias eleitorais dele na Prefeitura de Salvador”, declarou Félix.

Apesar de Andrea ter ocupado o cargo por um pouco mais de um mês, tendo assumido o comando da pasta no dia 10 de março, Félix afirmou que sua irmã deixou marca na Secretaria. À reportagem, o parlamentar relembrou, também, que a criação da pasta dos mares foi sugestão do próprio PDT e destacou que foi um projeto pioneiro.

“O fato de o PDT ter sugerido a criação desta secretaria, e o prefeito ter atendido, já é algo importante e pioneiro. A Prefeitura vai dar mais visibilidade à Baía de Todos-os-Santos, a maior navegável do mundo. Isso será importante para que a cidade possa extrair dela todo o potencial turístico, esportivo e ambiental. E Andrea, mesmo com pouco tempo, teve participação decisiva nisso”, avaliou Félix.

Nesta sexta-feira (2), tudo indica que o PDT irá oficializar o retorno para a base de Jerônimo Rodrigues (PT), em cerimônia que terá a presença do ministro da Previdência Social e presidente do partido, Carlos Lupi, e de outras lideranças da legenda.

A manutenção da vinda de Lupi ocorre, inclusive, em meio a polêmicas envolvendo um esquema bilionário de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O PDT EM SALVADOR

Questionado sobre os outros quadros filiados ao PDT que ocupam espaços na gestão de Salvador, a exemplo da Secretaria de Ordem Pública (Semop) e na Codecon, Félix afirmou que a decisão da permanência ou não cabe exclusivamente ao prefeito. “Bruno deve analisar caso a caso. Não iremos interferir”.

Nos bastidores, a expectativa é de que os cargos de indicações do PDT sejam exonerados da equipe de Bruno. No entanto, os nomes ligados ao deputado federal Léo Prates e à vice-prefeita Ana Paula Matos devem permanecer na prefeitura da capital baiana.

Após a entrega do pedido de exoneração de Andrea, Bruno Reis se posicionou sobre o tema e confirmou o fim do “casamento” com o PDT após cinco anos de aliança. Na oportunidade, o gestor aproveitou para afirmar que possui amigos dentro da legenda e que tem “convicção” que eles gostariam de seguir caminhando em sua base.

“Tenho a convicção de que diversos amigos e parceiros do PDT seguirão o nosso projeto político em Salvador e na Bahia”, disse o prefeito.

Sobre como fica a situação dos quatro vereadores do PDT que integram a base do Palácio Thomé de Souza, o presidente do partido na Bahia frisou que a próxima eleição é estadual, ou seja, que não é o momento de tratar do assunto.

“Os deputados estaduais e federais deverão seguir as orientações do partido no próximo pleito. Inclusive, não aceitaremos candidatura de deputado que não esteja 100% alinhado com o PDT’, concluiu.

O PDT NA AL-BA E A MIGRAÇÃO DOS PROGRESSISTAS

Nesta terça-feira (29), o deputado estadual Emerson Penalva, único do PDT na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), sinalizou a possível saída do partido caso a sigla resolva apoiar a reeleição de Jerônimo Rodrigues. Em conversa com a imprensa, o parlamentar afirmou aguardar a janela partidária e garantiu não haver conversas com o presidente da legenda sobre o tema.

“Não conversei com o presidente Félix Mendonça [Jr.]. Quero primeiro deixar que aconteça de fato oficialmente esse apoio. A tendência é eu me manter no partido, até por questões de fidelidade partidária. Em 2026, acredito no retorno do deputado Félix para apoiar o candidato da oposição e, caso isso não aconteça, minha tendência é deixar o partido”, disse Penalva após ser questionado pelo Bahia Notícias.

Conforme apuração do BN, parlamentares governistas na AL-BA avaliam que o PDT possa abarcar os deputados estaduais que devem deixar o PP após o anúncio da federação da sigla com o União Brasil, principal partido da oposição no cenário baiano. Além do PDT, o Avante também deve ser o destino dos filiados ao Progressistas, como, por exemplo, no caso de Felipe Duarte.

A avaliação da bancada da maioria é que as ‘perdas municipais’ dos pedetistas devem ser compensadas no âmbito estadual, com a chegada de filiados e adequações na gestão de Jerônimo Rodrigues.

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