Neste 27 de maio, Dia Nacional da Mata Atlântica, Cruz das Almas tem motivos para comemorar: a descoberta de novas espécies no Parque Florestal Mata de Cazuzinha. Nos últimos anos foram descritas no local pela primeira vez quatro plantas que, até então, não eram conhecidas.
Administrado pela Prefeitura de Cruz, por meio da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Seama), o Parque Florestal Mata de Cazuzinha é um fragmento vivo da Mata Atlântica no coração da cidade. São mais de 14 hectares preservados, abrigando uma biodiversidade única ,com muitas espécies importantes em estudo por meio de iniciativas como o Herbário do Recôncavo da Bahia – HURB, além de ações de educação ambiental em parceria com o PET Mata Atlântica, da UFRB.
Conheça as espécies
Descoberta neste ano, a Oxalis animarum é da família da carambola, biribiri e trevo. É conhecida apenas na Mata de Cazuzinha e pertence ao grupo das azedinhas. O nome é uma homenagem a Cruz das Almas: “animarum” quer dizer “das almas”, em latim.
“Esta planta é um excelente exemplo de uma espécie ameaçada, que só não desapareceu para sempre por causa da existência da Mata de Cazuzinha. Possivelmente há outros casos de espécies que são conhecidas apenas deste fragmento florestal, já que não há muitos outros deste tipo de floresta em bom estado de preservação na região”, explicou Pedro Fiaschi (UFSC), pesquisador responsável pela descrição da Oxalis animarum.
Outra que carrega o nome da cidade é a Cryptanthus cruzalmensis, uma bromélia terrestre rara, só encontrada na região de Cruz das Almas, que foi descrita em 2020 por Elton Leme (UFRB) e Everton Hilo (Embrapa). Suas folhas podem ser verdes ou arroxeadas, e suas flores são brancas, atraindo abelhas para a polinização.
Em 2022, Lidyanne Aona (UFRB) descreveu Dichorisandra rhizantha, uma planta de porte herbáceo parente do ‘gengibre azul’ que possui belas flores que atraem muitos insetos polinizadores. Já a Brasiliocroton muricatus é uma árvore da família da seringueira, mandioca e velame e foi descrita em 2014 por Ricarda Riina (RJB-CSIC) e Inês Cordeiro (IPA).