Brasil será sede da Copa do Mundo Feminina de 2027

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País supera candidatura tripla da Europa no Congresso da Fifa e é escolhido para organizar a décima edição do evento

A Copa do Mundo Feminina de 2027 será no Brasil. A candidatura brasileira superou a europeia – formada por Holanda, Alemanha e Bélgica – por 119 votos a 78 durante o Congresso da Fifa, realizado em Bangkok, na Tailândia, nesta sexta-feira.

A décima edição da principal competição de seleções do futebol feminino será a primeira disputada na América do Sul. Por ser o anfitrião da competição, o Brasil já está naturalmente classificado. Os demais nove países da Conmebol vão disputar três vagas. O Mundial Feminino 2027 será o segundo com 32 seleções participantes, repetindo o formato da Copa de 2023, vencida pela Espanha.

– Parabéns ao Brasil. Vamos agora organizar a melhor Copa do Mundo da história no Brasil – afirmou o presidente da Fifa, Gianni Infantino, logo após anunciar a vitória brasileira.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, anuncia o Brasil como sede da Copa Feminina de 2027 — Foto: MANAN VATSYAYANA / AFP

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, anuncia o Brasil como sede da Copa Feminina de 2027 — Foto: MANAN VATSYAYANA / AFP

Em seguida, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, subiu ao palco e, emocionado, enalteceu o trabalho feito pelas mulheres integrantes do comitê de candidatura do país..

– Desde que o Brasil se candidatou, este foi um trabalho muito competente e que não foi do presidente. Nós confiamos plenamente nas mulheres que desenvolveram esse trabalho – disse o dirigente.

Em seu discurso, Ednaldo Rodrigues também fez questão de lembrar a tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. e prometeu que o estado receberá um centro de desenvolvimento do futebol feminino.

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, celebra escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo Feminina 2027: “vitória para o futebol feminino”

O Brasil já havia superado seus concorrentes na avaliação técnica das duas candidaturas concorrentes. O relatório publicado pela Fifa dez dias atrás atribuiu nota 4 ao Brasil (numa escala de 1 a 5), contra 3,7 da proposta europeia.

Alguns fatores foram decisivos para o Brasil conseguir ser mais bem avaliado: estádios, hospedagem e locais oferecidos para a Fifa organizar o Fan Festival. Além disso, o endosso do governo brasileiro foi determinante. O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, celebrou a vitória brasileira nas redes sociais.

Primeira Copa Feminina escolhida no Congresso da Fifa

Esta foi a primeira vez que a escolha da sede da Copa do Mundo Feminina foi realizada pelo Congresso da Fifa, com direito a voto de todas as 211 associações nacionais de futebol – neste caso, foram 207 votos, já que que os países candidatos não podem votar. Até então, a escolhe se dava pelo Conselho da entidade, formado por apenas 36 integrantes.

Antes da votação, cada candidatura pôde fazer uma apresentação de 15 minutos para tentar convencer eleitores. A campanha dos europeus reforçou o fato de sua proposta de organização da Copa ser “a mais compacta”.

– Teremos menos de três horas de deslocamento entre as cidades, de trem ou de ônibus. O que é melhor para times, jogadores, árbitros, mídia e torcedores – disse Bernd Neuendorf, presidente da Federação Alemã de Futebol.

Em seguida, a candidatura brasileira foi apresentada pela influencer Duda Pavão, e teve como foco o futuro – o futuro do futebol feminino.

– Mais do que uma localização, uma sede, vocês vão escolher o futuro. Eu sugiro que vocês [eleitores] olhem para o lugar onde a Copa do Mundo Feminina nunca foi disputada antes – discursou Duda para a plateia de eleitores no Congresso da Fifa, interagindo com Iara, uma personagem de inteligência artificial criada para ajudar a influencer na apresentação.

Se a candidatura europeia levou ao palco o ex-craque holandês Clarence Seedorf, a ex-jogadora alemã Nia Künzer e a zagueira Estée D’Hoodge, da seleção sub-19 da Bélgica, o Brasil apostou em Marta, seis vezes eleita a melhor do mundo pela Fifa, como garota-propaganda. A camisa 10 da seleção brasileira enviou uma mensagem de apoio ao projeto do país, apresentada no telão para os participantes do Congresso.

O histórico de sedes da Copa do Mundo Feminina da Fifa:

  • 1991 – China
  • 1995 – Suécia
  • 1999 – Estados Unidos
  • 2003 – Estados Unidos
  • 2007 – China
  • 2011 – Alemanha
  • 2015 – Canadá
  • 2019 – França
  • 2023 – Austrália e Nova Zelândia
  • 2027 – Brasil

 

Taça da Copa do Mundo Feminina é exibida no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro — Foto: Thais Magalhães/CBF

Taça da Copa do Mundo Feminina é exibida no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro — Foto: Thais Magalhães/CBF

Onde e quando será a Copa

 

Uma vez definido o Brasil como sede do Mundial, a Fifa deve abrir uma subsidiária no país para começar a organizar o evento. Não haverá um Comitê Organizador Local (COL), como houve na Copa do Mundo de 2014.

A proposta brasileira, que venceu a eleição, prevê o uso de dez estádios na Copa do Mundo de 2027:

  • Beira-Rio (Porto Alegre)
  • Arena Corinthians (São Paulo)
  • Maracanã (Rio de Janeiro)
  • Mineirão (Belo Horizonte)
  • Fonte Nova (Salvador)
  • Arena Pernambuco (Recife)
  • Arena Castelão (Fortaleza)
  • Arena Amazonas (Manaus)
  • Arena Pantanal (Cuiabá)
  • Mané Garrincha (Brasília)

 

A previsão é que a partida de abertura seja disputada no dia 24 de junho (uma quinta-feira) e a final em 25 de julho (domingo), ambas no Maracanã. As semifinais seriam em Brasília e São Paulo, com a disputa do terceiro lugar em Belo Horizonte. Mas todas essas decisões serão tomadas pela Fifa, assim que a estrutura de organização da Copa do Mundo for montada.