“Vamos ver se ele vai me escolher”, diz o jogador durante apresentação na Arena Fonte Nova
O zagueiro Vitor Hugo deve ser titular do Bahia na partida contra o Botafogo, pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro. A ausência de Kanu pode ter acelerado a escalação do reforço, mas, durante a entrevista de apresentação, o zagueiro mostrou que também fez a parte dele para conquistar a vaga poucos dias depois de desembarcar em Salvador.
Ele foi apresentado oficialmente como reforço nesta quinta, depois de assinar contrato válido por quatro temporadas.
Segundo Vitor Hugo, desde que começou a negociar com o Bahia, ele passou acompanhar os jogos do time. Nesta quarta-feira, o defensor provou que está mesmo por dentro dos acontecimentos na Cidade Tricolor ao citar a mudança de esquema e o retrospecto das últimas partidas.
– Desde que surgiu a especulação, comecei a acompanhar os jogos. Eu vi o jogo contra o Itabuna, lá na casa deles; jogo contra o Jacuipense, primeiro da final. Eu estava acompanhando. O do CRB, último do Nordeste. Estava vendo o sistema que o treinador gosta de jogar. Trocou recentemente por três zagueiros, e só teve uma derrota. O time encaixou melhor nessa formação – avaliou Vitor Hugo.
– Eu estava acompanhando o que deu e espero agora ajudar dentro de campo. O mister também me chamou ontem, mostrou vídeos e propostas que são muito interessantes. Coisa que ainda não pratiquei na carreira, mas que a gente vê no vídeo e tem grande chance de dar certo – completou o zagueiro.
De fato, Renato Paiva adotou o esquema de três zagueiro após um início instável na temporada. Nas cinco partidas em que atuou no 3-5-2, o Bahia perdeu apenas uma, para o Bragantino, na estreia do Brasileirão.
Bahia com três zagueiros:
Bahia 3 x 0 CRB✅
Jacuipense 1 x 1 Bahia🤝🏼
Bahia 3 x 0 Jacuipense✅
Volta Redonda 1 x 2 Bahia✅
Bragantino 2 x 1 Bahia❌
Vitor Hugo treina na Cidade Tricolor desde o fim da semana passada e entrou em campo pela última vez no dia 12 de março, quando marcou um dos gols da vitória do Trabzonspor em cima do Adana Demirspor no Campeonato Turco. O zagueiro garantiu ter condições de jogo e deixou a decisão da escalação para o técnico Renato Paiva.
– Eu fiz gol lá, nem sabia que ia ser a despedida. Foi especial. A parte física, eu estou bem. Me sinto muito bem. Claro que vai ter uma adaptação ainda, o futebol é diferente, mas eu me sinto bem. Estou trabalhando com o grupo, me enturmando com a galera, o grupo é muito bom. Já estou podendo jogar e estou disponível. Vamos ver se ele vai me escolher para jogar esse jogo já – disse o zagueiro.
Para garantir uma vaga no time titular também no longo prazo, Vitor Hugo aposta na experiência de ter atuado no futebol europeu. Entre Fiorentina e Trabzonspor, o zagueiro não chegou a trabalhar com uma comissão técnica portuguesa, mas garantiu que trouxe o entendimento do jogo na bagagem para o Brasil.
– A gente está um pouco acostumado com o sistema de jogo da Europa. Joguei tanto na Itália quanto na Turquia e fui muito feliz lá. Acho que isso vai ajudar um pouco na adaptação. Não tive oportunidade de jogar com um treinador português, mas acho que é o estilo de jogo na equipe, de sair com o time. Acho que por ter jogado na Europa vai facilitar – projetou.
Vitor Hugo deve vestir a camisa do Bahia pela primeira vez na próxima segunda-feira, dia em que o Bahia recebe o Botafogo, pela 2ª rodada do Brasileirão. A partida está marcada para as 20h (de Brasília), na Arena Fonte Nova. Veja informações sobre ingressos aqui.
Confira outros trechos da entrevista de Vitor Hugo
Ricardo Goulart
– Desse grupo, que eu tinha trabalhado, já era o Ricardo Goulart Ironia, né. Quando eu subi no Santo André, a gente foi vice-campeão paulista juntos. Ele estava nesse elenco que foi vice-campeão paulista. E eu estava. Mas já saiu rápido e a gente não conseguiu jogar mais; quando eu cheguei no Palmeiras, o mesmo Goulart de 2019, estava lá também, acabou saindo de novo. É eu chegar e ele vai embora. Não sei como é que pode (risos). Agora, ele tá saindo de novo. Do elenco todo, acho que foi só ele que eu tive o prazer de trabalhar junto, mas agora vou trabalhar com os meninos. Daqui a alguns anos eu espero que eles estejam brilhando na Seleção. E eu poder ter orgulho de dizer que eu estava trabalhando com eles.
Modelo de jogo
– Ele me chamou para conversar. Já vi vídeos, sempre ele me chama durante ou depois do treino para me dar um toque do que ele queria que eu fizesse. É uma questão de adaptação. Tudo é uma questão de adaptação para fazer o que o treinador pede. Espero poder ajudar ele. Ele está tentando mostrar o que quer, a gente tem que por em prática. Vou tentar ajudar os meninos nisso aí também. Tenho um pouco mais de experiência por ter jogado na Europa. Vejo que o Kanivis é um dos líderes na defesa e está fazendo um bom trabalho.
Titular onde passou
– É legal ver que eu sou um cara que gosta muito de estar em campo sempre. Prezo muito pela parte física e saúde para não machucar. Me cuido muito, não sou de sair, ir para a noite. Minha esposa me ajuda muito a cuidar dessa parte também. É questão de trabalho, fico feliz de estar sempre à disposição para jogar. Agora vou ter um contrato longo com o Bahia e espero ajudar muito o Esquadrão e o torcedor.
Experiência no Nordeste
– Tive passagem no Sport, mas era muito novo, foi em 2011. A gente conseguiu acesso. Não joguei, mas fiz parte do elenco. Uma experiência bacana. Primeiro clube fora de meu clube formador, que foi o Santo André. Em 2012 tive no Ceará e aí consegui jogar mais. O calor aqui no Nordeste é uma coisa que vale nota, quem tem que ser citado. Muito diferente mesmo. Estava na Turquia, coisa de 5 graus, vim pra cá e enfrentar 35 graus na cabeça é difícil, minha esposa chegou ontem e disse que estou mais marrom do que sou (risos).
