Análise: Palmeiras faz mágica para desafiar o “impossível” e vai à final da Libertadores pela sétima vez

Verdão de Abel Ferreira vence LDU por 4 a 0, no Allianz Parque, e conquista classificação após perder a partida de ida por 3 a 0 em Quito, no Equador; gols foram de Sosa, Fuchs e Veiga (duas vezes)

As respirações profundas de Vitor Roque enquanto ouvia o hino no Allianz Parque davam sinais do desafio que o Palmeiras teria pela frente: conquistar uma virada inédita na história da Conmebol Libertadores, com pelo menos três gols de diferença após a derrota por 3 a 0 em Quito, no Equador, para a LDU. E o Alviverde fez mais que isso.

Entre a crença do técnico Abel Ferreira de que viveriam uma noite mágica, o Palmeiras provou (mais uma vez) que desconhece o “impossível” e venceu por 4 a 0, empurrado por 39 mil torcedores, para ir à final da Libertadores pela sétima vez.

O Verdão enfrenta o Flamengo no dia 29 de novembro em final única no Estádio Monumental de Lima, no Peru.

Chegar à decisão passou por mudanças. Abel escalou o time em um 3-5-2 com Bruno Fuchs entrando no lugar de Emi Martínez, e com alterações nos dois lados: na esquerda saiu Felipe Anderson e entrou Ramón Sosa, buscando um jogador mais “agressivo” ao ataque, e na direita saiu Khellven e entrou Allan – que faria sua melhor partida com a camisa alviverde.

Assim iniciou o time: Carlos Miguel; Goméz, Fuchs e Murilo; Allan, Andreas, Ramón Sosa, Maurício e Piquerez; Flaco e Vitor Roque.

E o Palmeiras começou pressionando desde os primeiros minutos, chegando com finalizações de Vitor Roque, Flaco, Piquerez e aos 19 minutos abrindo o placar: Allan cruzou na medida para Ramón Sosa desviar de cabeça, 1 a 0.

Da beira do campo, Abel se conteve enquanto fazia sinais de calma na direção dos jogadores.

O ritmo se manteve em número de tentativas. Tanto que aos 38 o Verdão tinha 14 finalizações contra apenas três da LDU, mas faltava maior precisão no último toque para colocar o Palmeiras vivo ainda na primeira etapa. Alzugaray até arriscou pela LDU aos 43, passando por cima do gol, mas foi Bruno Fuchs quem marcou seis minutos depois: 2 a 0. Dando os números finais do primeiro tempo.

As equipes voltaram do intervalo sem mudanças, mas elas vieram aos 18 minutos com Abel colocando aquele que seria o dono do primeiro e da classificação histórica: Raphael Veiga.

Entrou no lugar de Maurício, enquanto Felipe Anderson substituiu Sosa, e fez tudo que se esperava da figura decisiva que ele é.

Quatro minutos depois, lançou Vitor Roque e recebeu de volta para finalizar pelo 3 a 0. Só assim já levaria a definição da vaga aos pênaltis no Allianz Parque. Cabia mais, contudo. E enquanto a LDU buscava uma sobrevida com investidas para tentar evitar a derrota, Allan desenhou uma pintura na grande área, driblando três rivais até ser derrubado e ganhar pênalti para o Palmeiras.

Do canto do campo, andando sozinho quase na bandeira de escanteio, Veiga sinalizou aos companheiros que faria a cobrança.

Caminhou à marca da cal, esperou a autorização do árbitro e cobrou no meio do gol para fazer 4 a 0, tirando a camisa na comemoração e em seguida erguendo-a na direção da arquibancada.

Os minutos que vieram pela frente foram de administração e ainda com tempo para uma defesa de Carlos Miguel, aos 38, evitando um chute de De la Cruz, causando a comemoração da torcida e do time no banco de reservas.

E dali para frente os seis minutos de acréscimos que pareciam uma eternidade serviram apenas para absorver o recado que a noite deixou: nunca duvidar do Palmeiras de Abel Ferreira.

Compartilhe esta notícia

Acessar o conteúdo