Abel agradece a Ronaldo por elogio e fala sobre interesse do Nice: “Meu clube é o Palmeiras”

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Técnico foi colocado na lista de candidatos a assumir a equipe francesa

Abel Ferreira falou sobre o interesse do Nice, da França, em sua contratação, após a classificação do Palmeiras às oitavas de final da Copa do Brasil. Com time misto, o Verdão ficou no 1 a 1 com o Tombense, nesta quarta-feira, em Uberlândia (MG).

– As pessoas têm que falar comigo. O que diz a imprensa (…) eu tenho contrato com o clube, estou onde querem que eu esteja. Isso que me interessa, o aqui e o agora e o meu clube que é o Palmeiras – resumiu.

O português foi citado em uma publicação da RMC Sport, junto de Paulo Fonseca, Franck Haise e Régis Le Bris como potenciais técnicos para o Nice na próxima temporada.

Didier Digard, que assumiu a equipe após a demissão de Lucien Favre, em janeiro, vive um momento ruim no clube e terá sua situação avaliada ao fim do campeonato.

Pessoas que trabalham com Abel receberam no fim do ano um contato do Nice, mas desta vez não houve uma procura ao treinador. Ele tem contrato com o Palmeiras até o fim de 2024. O sonho da presidente Leila Pereira, inclusive, é tentar a renovação até 2027, caso seja reeleita.

O treinador aproveitou o assunto para agradecer os elogios de Ronaldo Fenômeno. Em participação no Boleiragem, do sportv, o pentacampeão mundial e atual dono da SAF do Cruzeiro disse que o comandante do Palmeiras é “muito, muito bom”.

– Agradeço o reconhecimento, algo que li do Ronaldo Fenômeno, e são palavras que me enchem de orgulho pois é alguém que passei a admirar. Sei o quanto ele sofreu e vindo dele é um orgulho e respeito muito grande, mas isso é fruto dos meus jogadores – respondeu.

– Tudo começou em 2011, com os juniors do Sporting até agora. Sou um treinador de projeto, do aqui e agora, mas o futebol é dinâmico. Estou em um grande clube, bem reconhecido e gosto de fazer aquilo que faço. Valorizar o futebol, jogadores e de forma indireta a comissão técnico. O resto é reconhecimento e blá blá blá – completou.

 

Veja mais declarações de Abel Ferreira:

Relação com a torcida:

– Acabei a palestra antes de vir para o jogo que os nossos jogadores conquistaram respeito e carinho da nossa torcida e que a nossa obrigação é entregar o máximo esforço, rendimento e o máximo de cada um de nós. Obrigado, por onde andamos temos sentido esse carinho e é um motivo para seguirmos nosso caminho e trabalho. Quanto mais unidos estivermos, mais temidos vamos ser.

Avalição do jogo:

– O futebol é isso, às vezes eu fico a pensar o que é jogar bem? O que é jogar um bom futebol? Quero que os entendidos falem o que é isso, pois hoje, na minha opinião, nós fizemos tudo menos o mais importante, que é fazer o gol. Fizemos um fora de jogo, tive a oportunidade de olhar a imagem e me custa muito me ver uma câmera que estava na diagonal, vocês interpretem da forma como quiserem, tinha que ser na paralela. Os jogadores que entraram jogaram muito bem, conseguimos mais uma vez rodar o elenco e vimos nossas ideias em jogo. Era jogo para ficar quatro, cinco a um pois nosso adversário merecia fazer um gol. Precisamos ser mais efetivos, mas futebol é isso. Pode ter um erro tático e precisamos lidar com isso, o importante é chegar ao final dos dois jogos e se classificar. Até agora está tudo a correr dentro do previsto no nosso mês.

Sobre Pepa, técnico do Cruzeiro:

– Essa é uma pergunta perigosa, preciso ter cuidado com aquilo que digo. Aqui a imprensa é muito exigente e preciso ter cuidado. É um grande treinador que conheço muito bem o processo de formação dele, outro treinador que ninguém lhe deu nada. Tem uma história de vida inspiradora, mas para mim é igual enfrentar um português, argentino, paraguaio, brasileiro (…) continuo a dizer que competência não tem nacionalidade. Tenho muito respeito por todos, os portugueses tenho um sentimento de partilha, não falei com ele, mas os membros das comissões técnicas conversaram.

Problemas defensivos:

– Vocês vão até onde lhes interessa. Vamos dividir as coisas por partes. Quem foi melhor ataque do Paulistão? E a melhor defesa? Fechado, essa competição está fechada. Fomos jogar a Libertadores, você é um cara inteligente e sabe que priorizarmos um jogo. Só não vê quem não quer, não vou ensinar ninguém. Sim, vamos continuar a sofrer gols e os jogadores sabem o que precisam fazer. Sou pago para fazer isso, hoje sofremos um gol e o que mais me preocupou foi termos seis ou sete oportunidades e temos que fazer pelo menos metade. A cada duas temos que fazer uma, criamos muito e aproveitar para desenvolver os jogadores.

– O Giovani, que tem oscilado muito, prepará-lo nos treinos para chegar aqui e dar essa resposta. O Ríos se adaptar ao clube, trocar a zaga, laterais e a equipe manter o mesmo padrão. Sabemos como sofremos os gols, mas as pessoas se esquecem que o Vasco teve uma semana inteira de trabalho e nós estamos jogando de dois em dois dias, o que nos obriga a fazer uma gestão de elenco. Qual time mais muda os 11 iniciais, qual clube que mais briga por títulos? Peço para a torcida que siga nos apoiando quando sofremos gols porque isso incomoda muita gente.

– Somos uma equipe que teve sete saídas e doze entradas de uma equipe em formação. Disse que são as dores do crescimento, o importante é passarmos por isso juntos. O Paulistão já foi, o Brasileirão é uma competição que vence quem é mais regular, aqui no Brasil as coisas são muito aceleradas e tudo é mágico, você é herói ou vilão. É manter o nosso equilíbrio, temos processos a desenvolver e vendo o que temos que melhorar. O importante no final é ter uma boa defesa que ganha campeonato e ataque que ganha jogos, isso que vamos seguir fazendo.

Dérbi no fim de semana:

– Há jogadores que jogaram hoje e jogarão sábado, outros que não jogaram e vão jogar… a temporada é longa, temos tido muitas lesões e no final do jogo fiquei um pouco triste por um jogador que pode ter se lesionado, temos que avaliar. Isso é o que me preocupa, não preocupa vocês, gramados, viagens, chegar em casa às três da manhã. Vão se passar três dias e teremos que viajar para o Equador, não sei até lá como nossa equipe vai reagir. Isso é um padrão aqui, há 50 anos que é assim e vamos continuar assim. Poderia sempre ter minha equipe bem para apresentar um espetáculo para quem quer nos ver, qualidade no nosso jogo.

– Na Fórmula 1, se chover muito não há corrida, no Moto GP se chover muito não há corrida. No tênis, se começar a chover muito param o jogo… por que? As condições do terreno são fundamentais para o espetáculo. Enquanto for treinador aqui vou fazer essa crítica construtiva, temos que continuar a ter as equipes em condições para dar espetáculo. Não estou dizendo que o futebol brasileiro não é competitivo ou não tem qualidade, mas poderia melhorar muito se todos os dirigentes não ficarem sentados no seu espaço. Se continuarmos deixar passar, não vejo as coisas assim e não é de hoje.

– Eu no Braga, Sporting e PAOK fazia o mesmo, vejo potencial imenso no futebol brasileiro, mas todos precisam estar alinhados. Isso vai acontecer, não sei se daqui um ano ou 50, mas vai melhorar.