Tarifaço pode baixar preços de alimentos no Brasil, diz economista

De acordo com o economista, em um primeiro momento, o tarifaço pode baixar preços de alimentos como café e carne, no mercado nacional

O tarifaço imposto pelos Estados Unidos e assinado pelo presidente Donald Trump nesta quarta-feira (3), pode, em um primeiro momento, ajudar a reduzir a inflação de produtos no Brasil e baixar os preços de alimentos nos supermercados.

É o que afirmam os economistas ouvidos pelo SBT Brasil. Entre os produtos que podem ter o preço reduzido nas próximas semanas estão a carne e o café, itens que também foram afetados pelo tarifaço norte-americano.

Como consequência, parte da produção que seria exportada para os Estados Unidos está parada e deve ser redirecionada para o mercado interno, chegando às gôndolas dos supermercados brasileiros.

“O produtor vai querer sempre maximizar o lucro dele, então se ele está vendo que perdeu um mercado consumidor com muito aporte como o dos Estados Unidos, é difícil ele buscar um mercado substituto. Então ele vai buscar o mercado doméstico. No mercado, é possível que o preço desses produtos alimentícios, como café, carne bovina ou até mesmo a celulose, possa recuar de preço”, explica Roberto Dumas, economista do Insper.

Contudo, essa redução nos preços deve ser momentânea e não deve durar muito. Os economistas alertam que caso não sejam encontrados novos parceiros comerciais, a tendência é que a produção seja ajustada, resultando em uma nova alta nos preços.

Produtores rurais afetados pelo tarifaço cogitam não colher parte da produção se não houver compradores. Esse é o caso da manga, cuja exportação gerou receita recorde no ano passado. Com as incertezas no cenário comercial de exportação, a próxima safra da fruta, no segundo semestre, pode ser comprometida.

O tarifaço também deve pesar no bolso do consumidor americano, como efeito colateral. “Se você não consegue produzir isso aí, vai faltar produto, o preço vai encarecer nos Estados Unidos, isso vai trazer inflação. E, se trouxer inflação, o presidente do Banco Central norte-americano vai postergar ainda mais a queda da faixa de juros, aquilo que tanto Trump briga — ele quer que o Banco Central americano reduza as taxas de juros”, conclui Dumas.

Compartilhe esta notícia

Acessar o conteúdo